Eliot e Joyce

A disciplina prevê o estudo da evolução simultânea e interinfluenciada da “poética” de T.S. Eliot e James Joyce entre 1914 e 1943, com especial atenção para o desenvolvimento daquilo que o próprio Eliot categorizou como o “método mítico”, a princípio inaugurado pelo Ulysses de Joyce. Além disso, será abordada a progressiva aproximação que se verifica entre o discurso literário dos dois autores e a música como forma mais elevada de expressão artística. 

Em ambas as vertentes há novos problemas para a prática de tradução, e eles serão analisados inclusive do ponto de vista prático, com a reflexão sobre as traduções de Dublinenses, Um retrato do artista quando jovem, Ulysses e Poemas de T.S. Eliot, publicadas por este que vos cá docenteia entre 2012 e 2018.

Tópicos:

A história simples da "influência", mas… publicação de Ulysses e Waste Land: imbricação

Ainda antes. Dublinenses. "Os Mortos"

Ainda antes. Retrato (Stephen Hero)

Ainda antes. "Prufrock"

Ainda antes. "Gerontion". Sweeney

A crise em Joyce. Ulysses, biografia, mito e mitos

O ensaio. A crise em Eliot. Homens Ocos, Quarta-feira de cinzas

The Waste Land

Finnegans Wake, pan-mitologia, música

mais Wake

Quartetos, pan-mitologia, música

mais Quartetos

relação pan-mitologia & música. superação da(s) crise(s)

Outra maneira de superar a literatura: a ida ao oriente 

Eu pretendo (claro) empregar as minhas próprias traduções como referência. Mas nadíssima impede que você use outra. A ideia é manter sempre em mente os problemas causados para a tradução por todas as experiências formais e "teóricas" dos dois autores, e se pá até vale bem ter mais de uma tradução na mesa. Dependendo do jeitão do quórum (se mais, se menos interessado em tradução "prática") podemos enveredar mais ou menos por detalhes de tradução.

As verdadeiras leituras obrigatória seriam o ensaio central do Eliot sobre o nosso tema ("Ulysses, order and myth") e as obras literárias analisadas. Vou contar, claro, com a possibilidade de que o Ulysses não tenha sido lido inteiro (mesmo assim, vale de verdade dar uma olhada no meu guia). Vou contar, claro, com a quase certeza de que o Wake não terá sido lido inteiro. É bem por isso, na verdade, que a bibliografia registrada aqui diz muito mais respeito a esse livro. Ele é estranho, e requer ajuda.

Espero poder contar com um público de leitores da poesia de Eliot que vai ser analisada e das primeiras obras de Joyce.

No entanto, a leitura também se fará miudinhamente, na medida do sempre possível, em sala de aula.

(Além dos livros e tals, recomendo muito a audição das leituras que Eliot fez de seus poemas, e que Joyce fez de um trecho ["Anna Livia"] do Finnegans Wake. As duas coisas hoje se encontram até em streaming)

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